Top 10 jogos de 2013

Na área videogamística da minha vida, 2013 foi uma merda.

Não porque faltaram jogos que me interessassem este ano, mas porque foram jogos demais. Nesta época de 2012 eu refleti sobre como eu havia jogado poucos jogos daquele ano e passei tempo demais jogando clássicos. Agora, eu vejo que até extrapolei um pouco da conta em 2013: Até agora, comprei 21 jogos (mais um ou outro gratuito) lançados este ano e joguei 12 deles até assistir aos créditos e uma quantidade notável de mais alguns. Assim sendo, tenho uma dificuldade enorme de escolher um único jogo para ser meu favorito. Então lá vão 10 jogos deste ano que acredito que todos devem jogar, na ordem que eu os joguei.

Observe que em “Plataforma” eu coloquei onde eu joguei, não onde o jogo está disponível. Google tá aí pra isso. E escrevi os gêneros em inglês porque muitos ficariam estranhos em português.

Fire Emblem Awakening

Fire Emblem AwakeningDesenvolvedora: Intelligent Systems Plataforma: Nintendo 3DS
Lançamento: 4 de fevereiro de 2013 Gênero: Strategy RPG

O primeiro jogo que comprei deste ano foi Fire Emblem Awakening, um RPG de estratégia por turnos para o Nintendo 3DS. Fire Emblem sempre havia me cativado desde que conheci Marth e Ike em Smash Bros., mas tive pouco contato com esta série que nunca foi popular na América — meus únicos outros jogos são Fire Emblem: Shadow Dragon para DS e Fire Emblem: The Sacred Stones que recebi no 3DS Ambassador Program (mas ainda não terminei!).

Awakening se mostrou uma experiência única e memorável. Repleto de mecânicas novas como as batalhas em duplas e a possibilidade de personagens se casarem e terem filhos, mostra-se desafiante para veteranos da série. Ao mesmo tempo, os três níveis de dificuldade e o modo “Casual”, onde seus personagens não morrem permanentemente, é um ótimo ponto de entrada para novos jogadores. Eu joguei em Normal/Classic, pois achei a dificuldade Hard mais do que poderia engolir mas também queria ter a pressão para manter meus personagens vivos — algo que permite ao jogador se engajar muito melhor na história, que por sinal é ótima.

O jogo se tornou o título de maior sucesso da série no ocidente e, se você curte estratégia e/ou RPGs, não deixe de conferi-lo.

Antichamber

AntichamberDesenvolvedor: Alexander Bruce Plataforma: Windows (Steam)
Lançamento: 31 de janeiro de 2013 Gênero: First-Person Puzzle

Você está caminhando por um corredor puramente branco, quando vê duas escadas lado a lado. Uma sobe, outra desce. Você escolhe a da esquerda e continua até que… as mesmas escadas aparecem. Desta vez, você escolhe a da direita. Alguns passos depois e… Surpresa! As mesmas escadas novamente. Ao olhar para trás, a escada que você acabou de subir não está mais lá e foi substituída por um corredor escuro.

Este é apenas um dos primeiros puzzles de Antichamber.

Pessoas gostam de comparar Antichamber à série Portal, da Valve. A relação é imediatamente óbvia, pois ambos são quebra-cabeças em primeira-pessoa e sua forma de interação com o mundo é uma arma que afeta o ambiente. Contudo, as formas em que os dois são conduzidos são bem diferentes. Portal é mais controlado em seus puzzles e silenciosamente guia seu jogador para o caminho correto, enquanto conta uma história com o monólogo da GLaDOS. Antichamber é completamente insano e as soluções de quase todos os seus puzzles envolvem “pensar fora da caixa”.

Na primeira vez, você vai levar de duas a três horas para completar o jogo, frequentemente emperrado em problemas sem qualquer solução óbvia. Eu recomendo internar-se num quarto escuro com um fone de ouvido e deixar-se levar pelo jogo. Se você realmente se empolgar, tente quebrar o recorde mundial do jogo: Atualmente, pessoas conseguiram terminá-lo em cerca de quatro minutos e meio.

Tomb Raider

Tomb RaiderDesenvolvedora: Crystal Dynamics Plataforma: Windows (Steam)
Lançamento: 5 de março de 2013 Gênero: Action-Adventure

Quando mostraram Tomb Raider ano passado, o reboot da série de Lara Croft, muitos notaram as aparentes semelhanças com Uncharted, série que de fato foi inspirada nos Tomb Raider das antigas. Eu, completamente novato a Tomb Raider e simpatizante mas longe de ser o maior fã de Uncharted, estava cético sobre o jogo e definitivamente não planejava jogá-lo tão cedo. Mas quando o jogo finalmente saiu em março — ah, março de 2013 e seus tantos jogos — não pude ignorar as críticas positivas que havia recebendo.

Botei minhas mãos no jogo mais ou menos um mês depois do lançamento e fui agradavelmente surpreendido. Sim, o jogo tem várias influências da trilogia da Naughty Dog, mas também aprendeu com Batman: Arkham City e, mais importantemente, Metroid Prime — um dos meus jogos favoritos de todos os tempos. Assim, ainda tenho a sensação de jogar um JOGO, ao contrário de Uncharted que me dá a sensação de jogar um filme.

Falando em jogar um filme …

The Last of Us

The Last of UsDesenvolvedora: Naughty Dog Plataforma: PlayStation 3
Lançamento: 14 de junho de 2013 Gênero: Interactive Movie

Já joguei os três Uncharted (e brinquei um pouco com o Golden Abyss). Acho a série bacana e tal, mas depois de três jogos que dificilmente inovaram entre si além das histórias e visuais, admito que estava de saco cheio quando terminei o terceiro no feriado de páscoa deste ano. Portanto, não estava lá tão interessado em The Last of Us, novo jogo do mesmo estúdio, especialmente após os últimos atrasos no lançamento.Mas quando as críticas começaram a sair, foi difícil resistir. Era 10/10 pra tudo quanto é lado. Isso não significava muito, depois das quantidades de 10s que os dois últimos Uncharted haviam recebido e, mais recentemente, de BioShock Infinite ser chamado de “Citizen Kane dos vídeo games” ou “Ocarina of Time da geração” (não, não é), mas definitivamente me deixou intrigado. Pra piorar, descobri que seria lançado no Brasil no dia do lançamento mundial e por um preço muito abaixo dos padrões brazucas: R$129, que dá menos que os US$60 americanos convertendo ao pé da letra.

Quando comecei a jogar, foi um choque. A história e os personagens me cativaram rapidamente e eu estava quase chorando depois de dez minutos. Enquanto eu esperava outro Uncharted, recebi algo que claramente derivou da série, mas se tornou muito melhor. Em particular, o combate deixou de ser um trabalho enrolado e tedioso; você pode tentar evitar ou encarar um combate de várias formas e isso sempre é bem-vindo numa mídia interativa.

Pikmin 3

Pikmin 3Desenvolvedora: Nintendo EAD Plataforma: Wii U
Lançamento: 4 de agosto de 2013 Gênero: Alien Genocide

Agosto marcou o fim d’A Grande Seca nintendista. Começou com Pikmin 3, nova entrada numa série que não dava as caras desde 2004. Conheci a série jogando New Play Control! Pikmin, o relançamento do primeiro jogo para Wii, que eu achei bem interessante mas com alguns problemas. Pikmin 2, que também joguei no Wii, arrumou vários dos problemas, mas tirou completamente a pressão do jogo ao acabar com o limite de dias. Assim sendo, eu esperava que eu fosse gostar de Pikmin 3. Me enganei. Eu amei.

Pikmin 3 simplesmente acerta tanto em tantos sentidos que é difícil resumir. Assegure-se em saber que os personagens, ambiente e jogabilidade estão exemplares. A combinação do Wii Remote + Nunchuck e GamePad provou-se eficiente e eficaz, contando que você arranje uma posição confortável para o GamePad. A pressão do jogo foi devidamente ajustada com a tarefa de coletar frutas, com as quais sua tripulação faz os sucos que a mantém.

E eu falei que o jogo é lindo?

Rayman Legends

Rayman LegendsDesenvolvedora: Ubisoft Montpellier Plataforma: Wii U
Lançamento: 3 de setembro de 2013 Gênero: Action Platformer

Ah, tão bom e tão frustrante. Essa é minha experiência com Rayman Legends. Desde que joguei o demo para Wii U no longínquo mês de dezembro de 2012, sabia qual era meu jogo mais esperado de 2013. E estava tudo planejado, pois sairia em fevereiro para justamente balancear a seca de jogos da Nintendo no Wii U. O que eu não esperava é que seria adiado para setembro.

Enfim, sobrevivi a estes longos meses de espera e Rayman Legends não decepcionou. Lindo, rápido, divertido, conseguiu ultrapassar seu já ótimo predecessor Origins e colocar-se firme na elite de sidescrollers modernos. A variedade de fases é enorme e o multiplayer é ótimo — especialmente no Wii U, onde um quinto jogador pode utilizar-se do GamePad para ajudar os outros.

Só é uma pena que vendeu tão pouco. O que você está fazendo aí e ainda não foi comprá-lo?

The Wonderful 101

The Wonderful 101Desenvolvedora: Platinum Games Plataforma: Wii U
Lançamento: 15 de setembro de 2013 Gênero: Action

Muita gente reclama que a Nintendo nunca investe em novidades, e fica lançando continuação após continuação. Bem, este jogo explica porquê. Financiado pela Nintendo para ser um exclusivo de Wii U e desenvolvido pelas mentes brilhantes e malucas da Platinum Games, The Wonderful 101 pode ser o jogo mais inovador e criativo de todo o ano. Há uma barreira inicial notável — o gameplay nunca é explicado em muitos detalhes — e não é um jogo para todos os gostos. Mas se você gosta de jogos de ação, não deixe de conferir este, e tente ler ou assistir alguns guias sobre técnicas de jogo se estiver se sentindo frustrado.

O mais impressionante deste jogo é como sempre que você acha que aprendeu tudo sobre ele, ele arranja um jeito de virar a mesa e te introduzir um conceito completamente novo e brilhante. Mas enfim, um jogo da Platinum no Wii U não tinha outro destino além de vender tão pouco. Talvez se tivesse continuado com a ideia de usar personagens icônicos da Nintendo como protagonistas, teria vendido mais.

E se você não tem um Wii U (pois deveria ter), confira Metal Gear Rising: Revengeance, que é quase tão alucinante e divertido, mas infelizmente curto demais.

Candy Box 2

Candy Box 2Desenvolvedora: aniwey Plataforma: Mozilla Firefox
Lançamento: 24 de outubro de 2013 Gênero: ASCII RPG

Logo depois de me livrar do meu breve vício por Cookie Clicker, descobri que Candy Box 2 havia sido lançado, continuação de um jogo que eu havia jogado mas desistido antes de terminar. Desta vez, contudo, me animei mais e joguei até o fim.

Candy Box 2 é o tipo de jogo que não faz sentido algum no começo, mas se mostra cada vez mais genial a medida que é jogado. Começando apenas com uma tela dizendo “You have X candies”, onde X é a quantidade de segundos passados desde que você abriu a página, você eventualmente embarca numa jornada para abrir a lendária caixa de doces, enfrentando tubarões, dragões e bruxas em seu caminho. Nas horas vagas, você cuida de uma belíssima fazenda de pirulitos. O jogo é todo feito em HTML5 e JavaScript, e a arte é em ASCII – imagens são formadas por uma combinação de letras e símbolos.

E a melhor parte? É de graça e roda em praticamente qualquer coisa com um navegador (mas eu definitivamente não recomendo jogar num celular). É só clicar em http://candybox2.net/ e jogar!

The Legend of Zelda: A Link Between Worlds

The Legend of Zelda: A Link Between WorldsDesenvolvedora: Nintendo EAD Plataforma: Nintendo 3DS
Lançamento: 22 de novembro de 2013 Gênero: 2.5D Adventure

O último jogo de 2013 que joguei até agora foi The Legend of Zelda: A Link Between Worlds, continuação do clássico A Link to the Past do SNES. Este jogo foi especialmente importante para mim porque finalmente me convenceu a comprar um 3DS XL — a edição limitada e dourada do portátil.

A Link Between Worlds trás de volta várias das mecânicas clássicas da série 2D e, pela primeira vez desde o primeiro jogo para NES, permite ao jogador explorar dungeons na ordem que quiser. Também introduziu mecânicas novas, como tornar-se um desenho na parede, que foi usada com maestria, e aluguel de itens, que precisa de um pouco de ajuste mas funcionou muito melhor do que eu esperava. Após tantos anos aguardando por um novo Zelda em 2D, estou incrivelmente satisfeito com a execução de A Link Between Worlds.

[espaço reservado]

Com a dificuldade que tive em escolher um décimo jogo para a lista, resolvi fazer algo inusitado e prematuramente dizer que esta posição está reservada para Super Mario 3D World, que estou guardando para ser meu presente de natal para mim mesmo. Considerando meus gostos e a opinião de quem está jogando, tenho certeza que vou adorar.

Menções Honrosas

  • Pokémon X & Y — Nem preciso falar, né? Se você gosta de Pokémon ou está curioso, vá jogar, é ótimo.
  • Animal Crossing: New Leaf — Enquanto você tem amigos jogando e paciência, é realmente muito divertido.
  • BioShock Infinite — História e personagens ótimos, mas o jogo mais “overrated” do ano, na minha opinião.
  • Metal Gear Rising: Revengeance — Ver seção sobre The Wonderful 101.
  • Need for Speed Most Wanted U — Jogo de corrida surpreendentemente legal e port para Wii U surpreendentemente bem-feito.
  • Gone Home — Trás um conceito semelhante a jogos como Dear Esther, com a diferença de que você realmente o joga, não só assiste.

E você, concorda com as minhas escolhas? Quais foram seus jogos favoritos do ano? Deixe seu comentário!

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